Meu Primeiro Semestre na UFSC - 2024.2 e a Rotina de um Universitário

 Meu Primeiro Semestre na UFSC

2024.2 e a Rotina de um Universitário

     Olá, futuros leitores! Sempre que um novo ciclo se inicia, eu gosto de olhar para trás e refletir um pouco sobre as vivências que passei antes de criar expectativas para o futuro. No contexto acadêmico, gostaria de compartilhar um pouco das minhas experiências no primeiro semestre na UFSC. Irei focar nos aspectos que realmente agregaram à minha jornada, como por exemplo, as disciplinas que cursei e as conferências que participei, além de dar um panorama da minha rotina. As festas e confraternizações, por mais marcantes que foram, ficam para cada um viver de sua forma. Então, me acompanhe:


    Logo na primeira semana, minha turma precisou definir seu futuro para os próximos meses ao montar a grade curricular manualmente. Além disso, tivemos que nos adaptar às mudanças que o curso de Ciência da Informação estava passando devido à implementação de uma nova grade curricular. Diante desse cenário, fiz minhas escolhas e optei por uma grade integral, considerando que estava (e ainda estou) empolgado com o que estava por vir. As disciplinas que escolhi foram:

  1. Administração I
  2. Empreendedorismo I
  3. Ética Profissional
  4. Evolução do Pensamento Filosófico e Científico
  5. Gestão da Informação
  6. Introdução à Algoritmos
  7. Introdução à Ciência da Informação
  8. Introdução às Tecnologias da Informação e Comunicação
  9. Leitura e Produção de Textos
  10. Lógica Aplicada I
  11. Lógica Instrumental I
  12. Pesquisa Bibliográfica
  13. Tutoria Acadêmica I
    Ufa! Era só isso rs... No total foram 35 créditos dispostos ao longo da semana da seguinte forma:

    Com a escala montada, restava organizar minha rotina para otimizar o tempo no transporte de Palhoça para Florianópolis, no estudo durante a tarde, nos treinos de musculação (quando conseguia encaixá-los no dia) e, claro, na presença e dedicação às aulas. Tudo isso parecia um grande desafio, mas eu tinha como referência amigos que realizavam rotinas ainda mais intensas e, mesmo assim, conseguiam manter a frequência nas aulas. Isso me servia como motivação extra, além da empolgação acumulada por fazer parte deste novo ciclo.

  Feita a contextualização inicial, vamos ao que realmente importa: as realizações, experiências e impressões que tive durante esse período e que ainda levo comigo. Devo admitir que algumas disciplinas foram bastante genéricas e, por isso, não entrarei em muitos detalhes sobre elas, seja por ter poucas lembranças do que foi abordado ou por não serem relevantes para este post.
    
   Começarei citando uma disciplina que considero fundamental para a compreensão do curso: Introdução à Ciência da Informação. Esta matéria foi ministrada por um professor muito atencioso e carismático que abordou a origem do Cientista da Informação, que surgiu a partir dos documentalistas, anteriormente ligados à Biblioteconomia. A princípio, pode parecer uma disciplina bastante teórica e que de fato é, mas foi uma das poucas que me proporcionou experiências externas enriquecedoras. Durante o semestre, tive a oportunidade de visitar o Arquivo Central da UFSC, a Biblioteca Pública Central de Florianópolis e o Museu de Arte de Santa Catarina. Além do conteúdo teórico, essas visitas trouxeram relatos impactantes dos funcionários de cada instituição, muitos dos quais criticaram as condições precárias, seja pela falta de investimento ou pela digitalização mal executada desses espaços. Portanto, acredito que para todo calouro do curso é importantissimo fazer esta matéria e compreender seu papel na história e no mercado de trabalho.


    Seguindo em frente, outra disciplina que me marcou bastante foi Leitura e Produção de Textos. Apesar de parecer focada apenas em escrita e leitura, ela se revelou muito mais importante do que isso. Nessa matéria, recebi o aconselhamento atento de uma professora muito querida, que ensinou detalhadamente a estruturação de artigos, resenhas e, eventualmente, trabalhos de conclusão de curso (TCCs). Um dos trabalhos que mais gostei de fazer foi a elaboração de um artigo (que talvez eu publique aqui na íntegra para consulta) no qual pesquisei acervos virtuais de bibliotecas brasileiras e espanholas, comparando a forma como indexavam a obra O Cortiço, de Aluísio Azevedo. Infelizmente, essa disciplina teve muitas desistências ao longo do semestre e, de uma turma inicial de 15 alunos, restaram apenas três frequentadores.
    
    Em seguida, acredito que Empreendedorismo I e Administração I se complementaram perfeitamente em minha grade, já que abordavam temas correlacionados (assuntos pelos quais tenho grande interesse). Por isso, sempre que possível, fazia comentários em uma matéria relacionando tópicos abordados na outra.
Além disso, Empreendedorismo I me proporcionou algumas visitas à ACATE, onde tive a oportunidade de conhecer uma empresa incubada lá e fazer um tour pelas suas instalações. Durante a visita, recebemos um feedback valioso de uma empresa de tecnologia que nos deu insights sobre as necessidades do mercado, além de compartilhar um pouco da história da empresa e da ACATE.

    

     Voltando ao lado mais técnico e menos teórico, as disciplinas de Introdução a Algoritmos e Lógica Aplicada I foram bastante divertidas. Como eu havia um background prévio em programação, consegui me sair muito bem em ambas e ajudar meus amigos mais novos, sempre que possível. Um ponto de destaque foi o professor, que foi muito criterioso nas avaliações, mantendo o padrão de excelência esperado em um primeiro contato com a programação. Como sempre é dito por aí, é o básico bem feito que conta.
Para constar, em ambas as disciplinas trabalhamos com a linguagem Python. Na Introdução a Algoritmos, o contato com a linguagem foi mais tardio, enquanto na Lógica Aplicada o uso de Python foi integral, ou seja, do início ao fim. A maioria dos exercícios era da descontinuada Lista Python Brasil, o que me motivou a realizar todos os exercícios disponíveis dessa lista na internet (e também no meu GitHub).
    
  Quanto às outras disciplinas, acredito que também foram importantes para o meu desenvolvimento, mas não tive experiências interessantes para compartilhar. Sendo assim, serei breve ao mencioná-las e seguirei com o raciocínio para falar sobre as palestras e eventos que participei. A disciplina de Tutoria Acadêmica I foi fundamental para orientar a turma e dar os primeiros passos na formação de um Cientista da Informação, ajudando a reestruturar e resolver um projeto com um problema informacional (envolvendo processos ou aplicações). A disciplina de Evolução do Pensamento Filosófico abordou a convergência tecnológica, levantando questionamentos sobre a modernidade e o papel da tecnologia nesse contexto. Discutimos, entre outros temas, qual seria a responsabilidade ética dos desenvolvedores de novas tecnologias.
Por fim, a matéria de Pesquisa Bibliográfica me apresentou uma nova forma de desenvolvimento de artigos (com o uso do formato LaTeX), além de me fazer pesquisar sobre as barreiras informacionais na mobilidade de idosos e deficientes, durante meu pré-projeto.

    Por causa da minha rotina corrida, devo admitir que foi muito difícil comparecer a eventos e palestras. Por isso, neste semestre só tive participação em dois eventos de múltiplos dias (além das visitas técnicas).

    A primeira, e mais técnica, conferência que participei foi ministrada por uma professora externa da universidade, vinda de Liverpool, Swati Sachan, com o título "Transformando Fintechs: IA Explicável para Usabilidade, Transparência e Integridade". A conferência começou no dia 16 de setembro de 2024, na ACATE, e os dias seguintes ocorreram no Campus da UFSC, o que facilitou um pouco o meu transporte.
A palestra abordou, como o título sugere, o tema da cibersegurança e o uso de IAs explicáveis (XAIs) para tornar as decisões dos algoritmos bancários mais confiáveis. Sinceramente, por ser uma palestra 100% em inglês, houve alguns momentos em que eu não compreendia totalmente a pronúncia de termos técnicos. No entanto, como havia uma apresentação no telão, eu conseguia associar o contexto da fala ao que estava escrito. No geral, não era necessário entender todos os cálculos envolvidos nas criptografias e outros detalhes técnicos, mas a professora fez uma contextualização completa e conseguiu passar sua visão de forma clara, de modo que todos pudessem compreender a mensagem.

    Outra conferência que participei foi a SECCOM 2024. Como já tenho um post dedicado a ela neste blog, serei breve. Em resumo, minha opinião sobre os 5 dias de evento foi muito positiva. Os alunos envolvidos demonstraram grande competência, e, mesmo com minha breve participação, senti uma vontade imensa de ter ficado mais tempo. Os temas abordados, como cibersegurança, dados e o futuro tecnológico, foram extremamente pertinentes. Além de ter salgadinhos e refrigerantes nos intervalos, o evento também proporcionou muito conhecimento compartilhado, com insights de ex-alunos, mini-cursos e projetos em desenvolvimento no âmbito acadêmico. 

    Enfim, foi um semestre bem corrido. Eu achei que não iria passar tão rápido, mas o tempo voou, e cá estamos em um novo ano e um novo ciclo. Neste semestre (2025.1), decidi pegar mais leve para focar em atividades extracurriculares, mas sem deixar de lado o que realmente importa: me tornar um profissional capacitado, informado e disposto a ajudar. Apesar de tudo, sou muito grato pelo privilégio de estar estudando integralmente em uma instituição federal, que é um espaço da sociedade por direito. Por isso, devemos preservá-la e valorizá-la. Viva a UFSC e viva a educação, pois é somente através dela que agarramos as oportunidades neste mundo. E assim seguimos, sempre em busca de mais conhecimento e crescimento. Que este novo ciclo nos traga ainda mais aprendizados e conquistas. Até o próximo post!

João Pedro Becker Schneider
24 / 03 / 2025
    

 
 




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